HISTÓRIA DOS MILAGRES DO ROSÁRIO (I)

HISTÓRIA DOS MILAGRES DO ROSÁRIO
DA VIRGEM NOSSA SENHORA

Pe. João Rebelo
(jesuíta português)
 
Lisboa
1617

Aprovação dos Superiores

Eu o Padre João Correia, Provincial da Companhia de Jesus, da Província de Portugal, por particular comissão que para isso tenho do mui reverendo padre Cláudio Aquaviva nosso Propósito Geral, dou licença para que se imprima um tratado, intitulado História dos Milagres do Rosário, e devoções de Nossa Senhora, que compôs o Padre João Rebelo da mesma Companhia, o qual foi examinado, e aprovado por algumas pessoas doutas e graves de nossa companhia, e por verdade o assinei do meu nome. Em Coimbra a 2 de Agosto de 1601
João Correia

[também aprovado pelo Santo Ofício] 
 
 
 
PRÓLOGO AO LEITOR
Do proveito que nasce de escrever milagres de nossa Senhora, e dos Santos.
 
Entre as antiquíssimas joias (devoto leitor que a Santíssima Trindade deixou à Igreja sua mui amada esposa, foi a graça, e virtude de fazer milagres: pela qual como com particular divisa, se conhece ser ela só a verdadeira esposa, e igreja, fundada sobre a Paixão de Jesus Cristo nosso Salvador. Porque como os milagres sejam obras que excedem toda a virtude da natureza criada, e por essa razão se chamam milagres, porque espantam a todas as criaturas, Deus os toma para testemunhas de verdade: e por esta causa na divina escritura se chamam Testemunhas de Deus (Testemonia Dei), e por ser tais foram necessários, para com eles confirmar a fé de Jesus Cristo, e da lei Evangélica como coisa tão sobrenatural a todo o entendimento. E por esta causa, quando o Salvador mandou aos sagrados Apóstolos que fossem pregar, como diz S. Mateus lhe deu poder de sarar leprosos, e curar enfermos, e ressuscitar mortos. E S. Marcos diz, que eles se partiram por diversas parte do mundo fazendo milagres em confirmação da fé que pregavam.
 
Este pois é um dos grandes proveito, que nascem na Igreja Católica de escrever milagres, porque com eles se prova a verdade da fé que tempos, e da Igreja em que vivemos, e a falsidade de todas as outras leis se confunde, e reprova: porque somente na Igreja Católica há verdadeiros milagres, com os quais ainda que a fé esteja muito arreigada, cresce no coração dos fiéis, assim como as árvores deitam suas raízes na terra mais funda, quando são geradas.
 
Servem também de instrumento público, dado com autoridade divina, da santidade justiça, e amor que os santos lhe têm, e do muito que eles os estima quando os faz por sua intercessão, e invocação, porque fazê-los, é dar fé, testemunho da santidade de seus servos, e da honra com que os trata. E assim como Deus tenha feito mais e maiores milagres, por intercessão da santíssima Virgem, que por nenhum outro santo, nem anjo, quando vemos os tantos milagres entendemos que a santidade de sua mãe, e amor que lhe tem, é maior que de todos os santos, e Anjos.
 
Quando vemos tantos milagres, cresce a devoção de os honrar, e venerar, e acudir a eles em todas as nossas necessidades: daqui nasce muitas vezes que se levantam cruzes, fazem capelas, e edificam igrejas, em que Deus é venerado, e os santos honrados, e todos os fiéis se exercitam em obras de religião, de modo que um milagre é fonte donde mana água com que se rega toda uma vila, cidade, ou reino, porque fazendo-se nela, logo todos se ocupam em adoração de Deus, e veneração de seus santos.
 
Servem também de doutrina, e de exemplo, a todos os que veem, ou leem, porque se o milagre se faz para castigo de algum pecador, todos os que o veem, ouvem, ou leem, se metem por dento, e emendam sua vida, e se o milagre se faz em confirmação de alguma virtude, todos se incitam como com espora, a emita-la, de que neste tratado acharemos muitos exemplos, de modo que aos milagres podemos chamar pregadores caídos do Céu, que pregam que nos apartemos dos pecados, e sigamos a virtude.
 
Pois se tratamos das visões, acharemos que como são milagres têm também os mesmo proveitos que os milagres, pois com uma Deus repreende aos pecadores, e os castiga, com outras os ensina, e consola: com umas, lhe declara o futuro, com outras, como se hão de haver no presente; com umas lhe mostra os tormentos do inferno, com outros infinitos tesouros de deleites de sua glória, como aconteceu à madre Teresa de Jesus, que tendo uma visão, donde Deus se lhe comunicava com tanta alegria, e contentamento, que ela não o podia declarar, vendo a Cristo por esposo de toda uma hora, lhe disse o Senhor: "Olha filha o que perdem os que são contra mim; não deixes de o dizer".
 
(continuação, II parte)

OBRA DE DIVULGAÇÃO DO TERÇO

100 anos desde as aparições de Nossa Senhora, em Fátima. Nada melhor que promover mais intensamente o terço diário, dando algum incentivo.

Procurando certa imagem no motor de busca fui levado ao artigo do ASCENDENS que faz a divulgação da obra "História dos Milagres do Rosário da Virgem Nossa Senhora". Feliz achado. Monumento para a devoção do Terço, esta obra é o incentivo que se quer.
 
Não querendo tirar o mérito ao blog ASCENDENS, uma vez adiantado na promoção, ao FIDELISSIMUS não resta mais que dar outro passo: a transcrição e publicação de partes da piedosa obra.
 
Também em reconhecimento e gratidão ao blog ASCENDENS fica lançada a proposta, que sei que será aceite: a transcrição e publicação das partes selecionadas da obra "História dos Milagres do Rosário da Virgem Nossa Senhora" sejam também em parceria, portanto, nos dois lados.
 
 
 
 

O Santo do Dia - São João de Capistrano (28 de Março)

(ver anterior, dia 27)


São João de Capistrano
(28 de Março)
Confessor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

O franciscano João de Capistrano nasceu nos Abruzzi e foi um dos grandes militantes na luta contra o Islão que, no século XV, ameaçava invadir toda a Europa. Maomé II apoderara-se de Constantinopla e marchava já sobre o Belgrado. Correspondendo ao apelo do Papa Calisto III, João de Capistrano pregou a Cruzada; com a ajuda do Húngaro João Hunyade, organizou um forte exército de cristãos que obteve sobre os Turcos a vitória de Belgrado (1476). S. João morreu a 23 de Outubro de 1456.
Celebrando a vitória da Cruz sobre o Crescente, a Igreja renova os sentimentos de confiança na força do Senhor, e convida-nos a pedir a Deus que triunfemos sempre dos nosso inimigos.


O Fidelissimus roga a S. João de Capistrano que proteja a Europa das investidas do Islão e da progressiva invasão promovida pelos actuais dirigentes dos estados (anti) europeus.

(continuação, dia 2 de Abril)

O Santo do Dia - São João Damasceno (27 de Março)

(ver anterior, dia 25)

São João Damasceno
(27 de Março)
Confessor e Doutor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

S. João Damasceno ou João de Damasco foi o grande defensor do culto das imagens contra os iconoclastas, que destruíam as imagens e estátuas dos santos. Este grande teólogo recolheu piedosamente e transmitiu o ensinamentos dos Padres gregos, e é por isso considerado um dos mais seguros testemunhos da tradição oriental. É também autor de hinos litúrgicos que ainda hoje se cantam. S. João Damasceno morreu em 749. Leão XIII proclamou-o Doutor da Igreja Universal.

Toda a Missa celebra a ajuda poderosa que Deus dá aos que lutam a seu serviço. A escolha de vários textos, em particular do Evangelho, é inspirado por um episódio, talvez lendário, da vida do santo: teria sido curado milagrosamente, depois de os adversários lhe terem cortado a mão direita.


(continuação, dia 28)

O Santo do Dia - Anunciação (25 de Março)

(ver anterior, dia 24)


Anunciação
(25 de Março)

Painel de mosaicos da capela do Divino Espírito Santo e S. João Baptista,
na igreja de S. Roque - Lisboa (sec. XVIII)
 
(festa de 1ª classe - paramentos brancos)

Festejamos hoje aquela em que o Verbo se fez carne, na qual o filho de Deus se uniu para sempre à nossa humanidade para nos fazer partilhar da sua divindade. O Mistério da Encarnação valeu a Maria o seu mais belo título de glória, o de Mãe de Deus. Pela mesma razão passou também a ser Mãe dos cristãos, porque somos de Cristo e participamos da sua vida. Veneremos a Virgem Maria e invoquemo-la como Mãe de Cristo e Mãe nossa. A festa da Anunciação é muito antiga. Encontra-se no Ocidente no século VII, e no Oriente no século V, como festa da Conceição de Jesus. Tendo sido fixada no dia 25 de Março, nove meses antes  do Natal, faz parte das festas relacionadas com o nascimento do Salvador. A admirável narrativa de S. Lucas, no Evangelho, fornece o tema central da Missa e do ofício. Os cristãos nunca se cansarão de ouvir cantar e de meditar este diálogo repleto da manifestação dos grandes desígnios de Deus, em que a Santíssima Virgem tem parte tão excepcional, aparecendo-nos ao mesmo tempo tão humilde e tão grandiosa.

(continuação, dia 27)

O Santo do Dia - São Gabriel Arcanjo (24 de Março)

(ver anterior, dia 21)

São Gabriel Arcanjo
(24 de Março)
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

S. Gabriel foi escolhido por Deus para anunciar aos homens o Mistério da Encarnação. Já antes tinha sido enviado a Daniel para lhe dizer a época em que Cristo havia de nascer ,e a Zacarias, quando oferecia o incenso no Templo, para lhe anunciar o nascimento de S. João Baptista, percursor do Messias.
Foi ele também designado como mensageiro da Anunciação. "Entre todos os anjos, diz São Bernardo, foi Gabriel o único digno de anunciar a Maria os desígnios de Deus e de ouvir o seu Fiat". A saudação do anjo a Nossa Senhora, tão simples e tão cheia de sentido, "Avé Maria cheia de graça", tornou-se a oração familiar e constantemente repetida pelo povo cristão.


(continuação, dia 25)

O Santo do Dia - São Bento (21 de Março)

(ver anterior, dia 19)

São Bento
(21 de Março)
Abade
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

Deus suscita em todas as curvas da história grandes figuras de santos para assegurar à sua Igreja o império sobrenatural que, em virtude de missão divina, deve exercer sobre as almas. S. Bento nasceu em Núrsia, na Úmbria, cerca de 480. Fez estudos em Roma, mas breve deixou o mundo para se retirar na solidão de Subiaco. Depois de dois anos de vida eremítica numa gruta da montanha, adquiriu tanta fama, que os discípulos se reuniram à sua volta e as grandes famílias de Roma lhe confiaram os filhos para educar.

Como Abade, organizou a vida monástica em doze pequenos mosteiros, onde os monges, consagrados à procura de Deus, trabalhavam e rezavam. Anos depois S. Bento deixou a região de Subiaco para fundar nos montes da Campânia a grande abadia de Montecassino. Aqui escreveu uma regra em que se conjugam de modo admirável o génio romano e a sabedoria monástica do oriente cristão. S Bento morreu em 547. É o Patriarca dos monges do Ocidente; não por ter inaugurado a vida monástica na Europa, mas porque a penetrou no seu espírito, que foi como um fermento novo e renovador na formação da cristandade medieval. Ainda nos nossos dias a influência de S. Bento é considerável e não se confina aos meios monásticos.
É Patrono da Europa.


(continuação, dia 24)

O Santo do Dia - São José (19 de Março)

(ver anterior, dia 18)

São José
(19 de Março)
Esposo de Nossa Senhora - Padroeiro da Igreja Universal


(festa de 1ª classe - paramentos brancos)

O esposo da Virgem, e Pai adoptivo do Menino Jesus, fiel e humilde no cumprimento da ble e delicada missão que Deus lhe confiou, tornou-se o modelo de virtudes familiares e das humildes tarefas quotidianas, guardião das almas puras e protector dos lares cristãos. Seu culto litúrgico é tardio. No século XV fixou-se-lhe a festa a 19 de Março, depois de ter sido celebrada em diferentes dias; em 1621 passou a ser celebrada por toda a Igreja como festa de preceito. Pio IX declarou-o Padroeiro da Igreja Universal em 1847. As antífonas de vésperas e o Evangelho da Missa são tiradas das narrativas evangélicas sobre a infância de Jesus; o essencial do que os evangelistas nos contam sobre S. José reduz-se a estes poucos factos em que o santo aparece profundamente discreto e cheio de fidelidade. A epístola evoca a seu respeito a figura do justo cuja alma, toda voltada para Deus e cumulada de bênçãos, se eleva, forte e poderosa, glorificada pelo Senhor e abençoada pelos homens.

(continuação, dia 21)

O Santo do Dia - São Cirilo de Jerusalém (18 de Março)

(ver anterior, dia 17)


São Cirilo de Jerusalém
(18 de Março)
Bispo, Confessor e Doutor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

S. Cirilo, Bispo de Jerusalém de 350 a 386 contribuiu muito para manter a Fé tradicional da Igreja num dos momentos mais críticos da sua história. Antes de ser Bispo expunha admiralvemente aos catecúmenos e neófitos a doutrina sobre os sacramentos e a Fé cristã. Como Pastor da sua igreja teve de defender a divindade de Jesus contra todas as subtilezas do Arianismo, e pagou com dezasseis anos de exílio a sua inabalável ortodoxia. Morreu em 386, pouco depois do Concílio de Constantinopla de 381, em que o Arianismo foi condenado pelo episcopado. É venerado pela Igreja como Doutor


(continuação, dia 19)

FIDELISSIMUS Info nº1

Caros leitores,
 
o blog FIDELISSIMOS passará a informar do que for necessário (raramente), por meio dos artigos aqui publicados com o nome de "FIDELISSIMUS Info", os quais levarão numeração.
 
O artigo mais lido é "O Padre-Nosso - A Modificação Introduzida", do estimado e recomendado autor Alfredo Pimenta.
 
 
Admira pela positiva a escolha dos leitores justamente por esta plêiade de artigos, e pela ordem com que se apresentam. Não se poderia desejar mais claro sinal da aprovação de Deus pelo rumo, e pelo trabalho e inicial que o FIDELISSIMUS tem operado.
 
Recordado que FIDELISSIMUS é um instrumento ao serviço de Deus e da Igreja, e do Reino de Portugal, não resta outro caminho que melhorar a pontualidade das publicações, manter bom critério e qualidade, e, se sobrar tempo, aumentar o número de publicações.
 
Qualquer coisa que queiram comunicar, façam o favor de usar a caixa de comentários.

Pelas 5 Chagas de Nosso Senhor.

O Santo do Dia - São Patrício (17 de Março)

(ver anterior, dia 12)

São Patrício
(17 de Março)
Bispo e Confessor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

Nasceu cerca de 385, nas Ilhas Britânicas. Sendo muito novo foi raptado pelos Irlandeses e vendido como escravo. Seis anos depois fugiu para o continente, fez-se monge e recebeu ordens sagradas, apra mais tarde pregar o Evangelho na Irlanda. Durante os trinta anos do seu apostolado, cobriu a ilha de igrejas e mosteiros. Em 444 fundou a igreja metropolitana de Armagh. Morreu em 461. Hoje, depois de 15 séculos, é considerado pelos Irlandeses como seu Pai na fé. O dia 17 de Março, data da sua morte é para eles festa de preceito e festa nacional.



(continuação, dia 18)

ÚLTIMOS MOMENTOS DE D. JOÃO II

 
"São edificantes os últimos momentos [de D. João II]. Ergue-se o Rei penitente, o que traz o cilício junto à carne. Privado da companhia da Rainha Dona Leonor e do bastardo D. Jorge, que se acham longe, acaba entre alguns prelados e fidalgos seus familiares. Ao Bispo do Algarve, que sabe mau cumpridor dos deveres clericais, faz um pedido solene: - "Por amor de mim, vivei d'aqui por adiante bem e a serviço de Deus, e dai-me vossa fé de o fazerdes assi". E o Bispo lha dá e ele lhe toma a mão de o cumprir - acrescenta o Cronista.
 
Ensaiam os amigos palavras de conforto. O Rei, num ataque de choro, atalha: - "Não me conforteis, que eu fui máo bicho que nunca me acenaram que não mordesse...". Como o tratam por Alteza, protesta: - "Não me chameis Alteza, que não sou senão um saco de terra e bichos". 

Na hora derradeira, o Soberano absoluto, o severo e inflexível juiz, o sonhador de impérios, refugia-se nas altas paragens da inteira humildade, contempla, já próximo, o seu radioso Senhor e Criador: ante a Divina Majestade curva a fronte dolorosa, revela a alma contrita. Enche-o a noção profunda do bem e do mal, do sentido total dos destinos e das responsabilidades, da miséria do homem - "saco de terra e bichos" - frente ao esplendor puríssimo de Deus. Francisco da Cunha, da Ilha Terceira, pede-lhe derradeira mercê - pelas Cinco Chagas. Exânime, num sorriso, o Rei concede-lha e diz: - "Já posso agora isto descobrir: nunca em minha vida me pediram cousa à honra das Cinco Chagas que a não fizesse".

Depois quer saber em que ponta está a maré e anuncia: - "Daqui a duas horas me finarei". Tomam-no violentos soluços; sente na boca terrível amargor, e queixa-se aflito. Do lado, observa-lhe o Bispo de Coimbra: - "Senhor, lembre-vos o vinagre azedo que deram a beber a Nosso Senhor Jesus Cristo estando na Cruz, e não vos amargará a boca". E Dom João, num transporte beatífico: - "Oh Bispo, quanto vos agradeço isso, porque só esse passo da Paixão me esquecia!"...

Entra logo a seguir na agonia, entre orações e expressões de fé. As palavras de despedida são de quem se entrega a Cristo por completo - se olha em Cristo como num espelho, a reviver jubiloso os passos do Gólgota. Nunca tanto como nessa hora merece Dom João ser chamado com justiça (segundo Lope de Vega, repita-se, mais do que segundo Maquiavelo) - o Príncipe Perfeito." (in história de Portugal, João Ameal)

O Santo do Dia - São Gregório Magno (12 de Março)

(ver anterior, dia 10)

São Gregório Magno
(12 de Março)
Papa, Confessor e Doutor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

Depois de ter sido senador e prefeito de Roma, e mais tarde monge, abade e cardeal, S. Gregório governou a Igreja como Papa de 590 a 604. A Inglaterra deve-lhe a conversão ao cristianismo. Teve grande influência na aquisição dos bárbaros para a Igreja, quando, depois das invasões, a Europa se transformou por completo. Ao mesmo tempo preocupava-se com a santidade do clero e com a manutenção da disciplina eclesiástica, com os interesses materiais do seu povo e com os interesses espirituais de toda a cristandade. A liturgia deve-lhe bastantes das suas mais belas preces, e o próprio nome de "canto gregoriano" lembra a intervenção do grande Papa na elaboração do canto sagrado. Seus comentários sobre a Sagrada Escritura exerceram uma influência considerável sobre o pensamento cristão da Idade Média.

É considerado, com Sto. Ambrósio, Sto. Agostinho e S. Jerónimo, um dos quatro grandes doutores da Igreja latina. Morreu no dia 12 de Março de 604 e foi sepultado na basílica de S. Pedro



(continuação, dia 17)

O Santo do Dia - Os Santos Quarenta Mártires de Sebaste (10 de Março)

(ver anterior, dia 9)

Os Santos Quarenta Mártires de Sebaste
(10 de Março)
Mártires
(festa de 3ª classe - paramentos vermelhos)

Durante o reinado do imperador Licínio, em 320, quarenta soldados da guarnição de Sebaste, na

Arménia, recusaram sacrificar aos ídolos e foram martirizados por ódio aos cristãos. Conta uma tradição antiga que foram postos nus num tanque gelado. Trata-se, de um pormenor lendário, mas é certo que foram martirizados.



(continuação, dia 12)

DOCEL - A Carta de 9 de Março

Sala onde está guardado e exposto algum do recheio da capela de S. João Baptista (museu de S. Roque).
Ao alto o docel
"Entre a correspondência variada trocada entre Lisboa e Roma no contexto da encomenda da Real Capela de São João Batista, mandada fazer por D. João V, hoje destacamos um excerto da «Relação de varias cousas pertencentes á Capella do Espirito Santo e de S. João Baptista da Egreja de S. Roque, que se devem encommendar (...) e hão de vir com a mesma, sem falta». Esta carta foi enviada #NesteDia, 9 de março de 1744.

«Sobre o altar haverá, na altura da cimalha da Capella, docel de bronze dourado, o qual cobrirá todo o altar, e não ficando disproporcionado ao tamanho da Capella, também cobrirá toda a banqueta e bradella do altar. O ornato d'este docel será o mais caprichoso que admittir peça similhante, do qual vae também desenho com os da Capella, e será seguro com tanta cautela que possa andar gente sobre elle para o alimpar ou por outro qualquer motivo. Os ferros com que estiver preso serão dispostos com tal arte e vigilância, que, salva a referida segurança, se possa tirar o tal docel e todos os ferros com que estiver armado sem causar o minimo prejuízo á Capella, nem tão pouco deixar n'ella buraco, escapola fêmea, ou signal de que esteve ali armado.»

Este dossel, ou baldaquino - visível na parte superior da imagem -, foi desenhado pelo arquiteto papal Luigi Vanvitelli, responsável pela obra da Capela de S. João Batista e nome central da arquitetura tardo-barroca." (Museu de S. Roque - via Facebook)

O Santo do Dia - Santa Francisca Romana (9 de Março)

(anterior, dia 8)


Santa Francisca Romana
(9 de Março)
Viúva
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

Sta. Francisca foi, no século XV, modelo de perfeição de esposa cristã no seio da nobreza romana. Depois de lhe morrer o marido retirou-se do mundo para viver num mosteiro de oblatas por ela fundado, Tor de' Spechi, perto do Tibre; observava-se nela a regra de S. Bento. Deus favoreceu-a com a presença visível do seu anjo da guarda, com o qual a santa conversava familiarmente (colecta). Morreu em 1440 e foi enterrada na igreja de Sta. Maria a Nova, depois chamada de Sta. Francisca Romana.




(continuação, dia 10)

O Santo do Dia - São João de Deus (8 de Março)

(anterior, dia 7)
São João de Deus
(8 de Março)
Confessor

(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

S. João de Deus é português. Foi primeiro pastor, depois mercador e soldado. Tendo-se convertido aos 40 anos, consagrou-se ao cuidado dos alienados, e revelou-se, neste ingrato trabalho, um verdadeiro precursor em várias coisas e um santo de sobre-humano heroísmo. Fundou a Ordem dos Irmãos Hospitaleiros, que tem o seu nome e foi reconhecida oficialmente em 1586. S. João de Deus morreu em Granada em 1550. Leão XIII nomeou-o Patrono dos enfermeiros e doentes.
(continuação, dia 9)

ARQUITECTOS DA CULTURA DA MORTE - Nietzsche

(anterior, Schopenhauer)

I


II


(continuação, Ayn Rand)

O Santo do Dia - São Tomás de Aquino (7 de Março)

(anterior, dia 6)

São Tomás de Aquino
(7 de Março)
Confessor e Doutor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)


Tendo sido confiado, na idade de cinco anos, aos cuidados dos monges beneditinos do Monte Cassino, S. Tomás resolveu depois entrar para a Ordem de S. Domingos, de que veio a ser a maior glória. Ensinou Filosofia  e Teologia com tanta ciência e tanto brilho, que se tornou um dos mestres mais importantes do pensamento cristão. A sua pureza e o seu génio valeram-lhe o título de "doutor  angélico". Morreu no dia 7 de Março de 1274 e foi canonizado três anos depois.
Leão XIII escolheu-o para  Patrono do ensino católico.

(continuação, dia 8)

O Santo do Dia - Santa Perpétua e Santa Felicidade (6 de Março)

(anterior, dia 4)

Santa Perpétua e Santa Felicidade
(6 de Março)
Mártires
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)


A narrativa do martírio de Sta. Perpétua e de Sta. Felicidade é uma das mais belas páginas da história dos primeiros séculos, pelos sentimentos que revela em duas mulheres cristãs, quando lhes anunciaram a sua condenação às feras. Conscientes da sua fraqueza, mas seguras da força de Cristo, que combatia com elas, caminhavam para o suplício com para o triunfo para o qual as convidava o próprio Cristo. Foram lançadas às feras no anfiteatro de Cartago, em 203, e acabadas de matar à espada. O seu culto propagou-se rapidamente mesmo para além da África. Seus nomes dizem-se ainda hoje no cânon da Missa. 

(continuação, dia 7)

O Santo do Dia - São Casimiro (4 de Março)

(ver anterior, dia 27 de Fevereiro)

São Casimiro
(4 de Março)
Confessor
(festa de 3ª classe - paramentos brancos)

O desapego dos bens do mundo e o gosto pelas coisas do Céu andam lado a lado na alma do cristão. Peçamo-los a S. Casimiro, que disso nos deu tão magnífico exemplo. S. Casimiro era filho de Casimiro IV, Rei da Polónia, e de Isabel de Áustria. Praticou, no meio das tentações da Côrte, uma vida de austera mortificação, dominado pelo pensamento da Paixão do Senhor. Deste pensamento nascia também o seu horror pelo mal e um grande amor aos pobres, considerados como membros sofredores de Cristo. Morreu aos 26 anos, a 4 de Março de 1484. É o Patrono da Polónia e da Lituânia. 




No mesmo dia:

São Lúcio I
(4 de Março)
Papa e Mártir
(comemoração - paramentos vermelhos)

O Papa S. Lúcio governou a Igreja apenas por alguns meses, mas teve de enfrentar as duras perseguições de meados do século III. Foi exilado e voltou depois a Roma, onde morreu no reinado do imperador Valeriano, em 254. 






(continuação, dia 6)

ARQUITECTOS DA CULTURA DA MORTE - Schopenhauer

Ainda que em castelhano, vale muito a pena seguir atentamente a nova sequência de áudios desde agora apresentada com o nome "ARQUITECTOS DA CULTURA DA MORTE".
Estes áudios são obra da extinta rádio chilena "Radio Convicción", e estão divididos por autores, e com a distribuição seguinte:
- Auguste Comte
- Judith Javis Thomson
- Simone de Beauvoir
- Freud
- Margaret Mead
- Alfred Kinsey
- Margaret Sanger
- Derek Humphry
- Jack Kevorkian
- Peter Singer
ARTHUR SCHOPENHAUER
I

II


(continuação, Nietzsche)

LUIGI VANVITELLI (1 de Março)

Capela do Divino Espírito Santo e S. João Baptista (igreja de S. Roque - Lisboa)
"Em 1773, faleceu em Caserta Luigi Vanvitelli, nome incontornável da arquitetura do seu tempo. Nascido em 1700, filho do pintor natural dos Países Baixos Casper van Wittel, ficou conhecido pelo apelido italianizado do pai. Vanvitelli foi um dos principais responsáveis pela conceção da Capela de São João Batista [da igreja de S. Roque, em Lisboa], a par de Nicola Salvi e João Frederico Ludovice. Quando a Capela Real foi encomendada, em 1742, foram dadas indicações para que “se escolha o melhor architecto, que presentemente se acha em Roma”, recaindo a escolha nos dois italianos, com Vanvitelli à frente. Apesar de nunca ter vindo a Lisboa, acompanhou as exigências da corte portuguesa em Roma, onde a Capela foi construída, sendo conhecidas várias cartas trocadas entre ele e Ludovice." (Museu de São Roque - facebook)